O Caso Hapvida: como isso impacta os consumidores e qual o papel da gestão eficiente de benefícios para uma empresa

imagem da empresa hapvida para representar o texto sobre o caso hapvida

Nas últimas semanas, a queda de 32% do valor de mercado da Hapvida NotreDame Intermédica resultou em uma série de dúvidas nos investidores. A realidade é que essa perda pode surtir efeitos até mesmo no preço do plano de saúde que você ou sua empresa pagam.

Vamos repercutir esse momento do cenário de Operadoras de Planos de Saúde, as causas e as consequências deste período.

Vamos lá?

Entendendo o caso Hapvida

A Hapvida (HAPV3) fechou o último trimestre de 2022 em queda livre. A empresa perdeu 32% do seu valor de mercado, o equivalente a R$10,5 bilhões. Esse resultado frustrou investidores, que esperavam um crescimento de pelo menos 1%, e gerou desconfiança e preocupações acerca do futuro.

Mas como chegamos até aqui? Para contextualizar o caso, é importante ter em mente que não apenas a Hapvida sofre com as consequências do mundo pós-pandemia, mas todo o segmento de saúde assistencial.

Voltando um pouco no tempo, em razão da pandemia, houve uma redução de até 90% das cirurgias eletivas em todo o país, de acordo com a Federação Brasileira de Hospitais. Tais procedimentos são os mais onerosos, ou seja, os que impõem mais custos ao hospital. Essa demanda reprimida, que se alastrou não somente por todo 2020, mas também por 2021, reapareceu no ano seguinte, com resquícios também nos dois primeiros meses deste ano.

Isso reflete negativamente nos resultados, gerando no mercado financeiro uma antecipação de movimento de maneira acentuada. Diversos especialistas explicam que esse tombo da Hapvida se dá também dos resultados divulgados estarem abaixo de uma expectativa já pessimista, conforme mostra reportagem do Valor Investe.

Qual o impacto dessa perda?

De acordo com Guilherme Amaral, Diretor de Saúde e Odonto da Unimar Seguros do HS3, a princípio, o maior impacto foi para os investidores, que tiveram suas expectativas frustradas após a divulgação dos resultados do último trimestre de 2022. Ainda segundo ele, “para beneficiários e empresas que contratam plano de saúde, esse cenário tende a promover um mercado com alta de preços”. 

Esse aumento possui uma relação direta com o sistema de sinistralidade nos planos de saúde e seguros em geral. A sinistralidade é a divisão das despesas assistenciais pelas receitas de um contrato de plano de saúde, sempre representada de forma percentual. Quando supera determinado patamar, aciona o gatilho contratual de reajuste no momento da renovação do contrato.

Amaral também aponta fatores que podem resultar no aumento das despesas, como “demanda reprimida, aumento na utilização, aumento dos insumos médicos, aumento do dólar, entre outros”.

Dessa forma, esse aumento de mensalidades ou assinaturas em planos de saúde não é uma questão que atinge unicamente a Hapvida. É, na verdade, um movimento de propostas de reajustes mais altos que resultam na escassez de planos mais econômicos. 

Como uma gestão eficiente de benefícios pode contribuir para a mitigação desse impacto para o consumidor/associado?

Uma vez que esse aumento na sinistralidade é uma conjuntura que acomete todo o sistema de saúde assistencial, são poucas as formas de contornar essa situação. Uma delas é a gestão eficiente da utilização dos planos de saúde. 

Para Amaral, “essa prática traz protagonismo para o contratante, seja a empresa seja o beneficiário, que cientes de boas práticas, passam a ser mais conscientes sobre a importância de conhecer melhor os indicadores de uso, de introduzir medidas gerenciais de controle e de promoção de saúde, além de adotarem práticas mais conscientes de utilização do plano de saúde.”

É nesse contexto que o HS3, o hub de Seguros composto pela Correta, Unimar e Cifraseg, se posiciona. Por meio de profissionais especialistas, metodologia aplicada (…) e uma plataforma de BI com a análise de resultados de cada contrato, oferecemos um escopo de serviços personalizado para cada cliente.

Isso traz um reflexo positivo visto que, enquanto o mercado espera por reajustes superiores a 16%, o reajuste médio dos contratos em vigor realizados pelo HS3 varia de 7% a 12%. Dessa forma, é possível reduzir custos, promover mais satisfação e bem-estar para os beneficiários.

Para mais conteúdos como este, fique ligado no Blog da Unimar para assuntos sobre gestão de benefícios, seguros, planos de saúde e muito mais!

Acompanhe a entrevista com Guilherme Amaral, Diretor de Saúde e Odonto da Unimar Seguros.

O que aconteceu para o Hapvida perder tanto valor de mercado?

Não só a Hapvida, como o segmento de saúde assistencial no geral, vem experimentando as consequências do pós-pandemia. A demanda reprimida do período, que teve 2020 marcado pela suspensão dos atendimentos cirúrgicos eletivos, os mais onerosos, aparece agora com a volta de todo esse atendimento em 2022 e ainda resquícios desta utilização em 2023. Isso reflete negativamente nos resultados, gerando no mercado financeiro uma antecipação de movimentos de maneira acentuada. Houve piora nos dados de sinistralidade, mas acreditamos que 2023 seja ano de recomposições e de tendências de estabilização, ao menos, do aumento de custos nos planos de saúde. É preciso observar esse movimento com cautela.

O que essa perda significa para a empresa?

A princípio, o maior impacto é para investidores, que têm suas expectativas frustradas temporariamente. Para as operadoras, o momento será o de busca de recomposição de mensalidades e redução de custos, quando possível. Para os beneficiários e empresas que contratam plano de saúde esse cenário tende a promover um mercado com alta de preços, com consequência de passarmos a encontrar planos de saúde mais caros e tendência de reajustes mais altos para aquelas empresas que contratam este benefício.

Uma saída possível seria o aumento do preço dos planos. Essa é uma tendência? Qual a relação com a sinistralidade?

Isso mesmo. Conforme dito antes, neste cenário pós-pandemia observamos um aumento de custos que refletiu diretamente sobre a sinistralidade dos contratos. Sinistralidade é a divisão das despesas assistenciais pelas receitas de um contrato de plano de saúde e é representada em forma percentual. Quando supera determinado patamar, normalmente de 70%, aciona o gatilho contratual de reajuste no momento da renovação em aniversário do contrato. Quanto mais altas as despesas assistenciais, mais alta é a sinistralidade e, por consequência, maior é a expectativa de reajuste. Este conceito está presente na grande maioria dos contratos coletivos. O aumento das despesas tem vários fatores, como demanda reprimida, aumento na utilização, aumento dos insumos médicos, aumento do dólar, entre outros. Compreender no detalhe esse fatores é fator crítico para termos melhor ação sobre esses elementos.

Como esse possível aumento impacta os signatários, tanto PJ quanto PF?

Os planos PF são regulamentados pela ANS e possuem um teto máximo de reajuste. De certa forma dão mais estabilidade aos beneficiários deste tipo. Contudo, como as operadoras não conseguem repassar seus custos a este público, existe uma tendência de deixarem de atuar com este nicho, o que é ruim pois diminui a oferta de planos de saúde..

Já nos planos PJ existe o entendimento que as partes possuem um contrato justo firmado entre si, o que tira a interferência da ANS nesta negociação. A métrica a acompanhar aqui é a sinistralidade, portanto. Neste contexto que vivemos, a sinistralidade tem se mostrado bastante elevada, o que traz um histórico recente de empresas sofrendo altos reajustes.

De que forma esse cenário impacta as Operadoras de Planos de Saúde?

Com aversão a riscos e, em última análise, com mais critérios para precificar planos de saúde. Em alguns momentos na história recente notamos que algumas operadoras, por um momento mais favorável de resultados, tenderam a trabalhar com custos mais competitivos, o que acabou gerando opção para quem buscava por alternativas de planos de saúde mais econômicos. Como foi em 2015, quando a crise chegou às empresas e estas, em busca de economias, passaram a contratar planos mais “baratos”, mesmo que houvesse um impacto negativo na percepção do benefício por parte do beneficiário; o momento era o de preservação de empregos. Agora o cenário é outro: o mercado como um todo está sentindo esse efeito do pós-pandemia e não estamos vendo um movimento por preços mais baixos. A saída será as empresas negociarem melhor suas renovações e passarem a ter práticas de gestão de saúde, visando bem-estar para o beneficiário, claro, mas também buscando implementar medidas de controle de utilização e, por consequência, controle de custos.

Em uma perspectiva mais ampla de mercado, como as Administradoras de Benefício devem lidar com esse cenário?

Uma administradora é uma operadora devidamente registrada na ANS e, em muitas delas, com ação multimarca, ou seja, comercializam planos de saúde de mais de uma operadora. Assim, devem seguir a mesma linha das operadoras que oferecem o plano e tendem a ter reajustes mais elevados. O aumento de preços tenderá a ser geral.

De que forma uma gestão ou administração eficiente de benefícios pode contribuir para a mitigação do impacto para o consumidor/associado?

Considerando que se trata de um contexto geral para as operadoras de plano de saúde, fazer a gestão da utilização e da saúde é a única saída que vemos para contornar a situação. 

Primeiro porque o cliente, diante de altas propostas de reajustes, não tem mais grandes opções para contratar planos mais econômicos. Segundo porque essa prática traz o protagonismo para o contratante, seja a empresa seja o beneficiário, que, ciente de boas práticas, passam a ser mais conscientes sobre a importância de conhecer melhor os indicadores de uso, de introduzir medidas gerenciais de controle e de promoção de saúde, e de adotarem práticas mais conscientes de utilização do plano de saúde.

Cada vez vemos mais empresas despertando para este caminho e implementarem práticas positivas. É nesse contexto que o HS3, por meio das corretoras signatárias Correta e Unimar, vem buscando diferenciação de mercado. Por meio de profissionais especialistas, incluindo médicos, metodologia aplicada e tecnologia embarcada, por meio de uma plataforma de BI com a análise dos resultados do contrato, oferecemos um escopo de serviços personalizado para cada cliente. Já fazemos isso há algum tempo e vemos um reflexo positivo dessa prática em nossa carteira. Enquanto o mercado espera reajustes superiores a 16%, ao menos, nosso histórico recente de reajuste tem mostrado que essas práticas são bastante positivas. Nosso histórico denota um reajuste médio entre 7% e 12% em nossa carteira de clientes.

Há alguma consideração final que não foi abordada nas perguntas acima?

Como consideração final, destacamos a boa prática que temos conseguido implementar em nossos clientes, que além de reduzir custos, promove mais satisfação e bem-estar para os beneficiários. Estamos vivendo na era dos dados e organizar essa informação é caminho fundamental e sem volta para as empresas que queiram manter seu programa de benefícios robusto e, ao mesmo tempo, controlar custos ao longo do tempo. Temos cases de sucesso a compartilhar. São mais de 32 anos de experiência que agora aliamos com serviços de excelência, dados e business intelligence.

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